Estava escuro... tinha medo... mas fez-se luz, iluminava-me e a tudo o que me rodeava. Era eu, foi o que aconteceu quando me descobri a mim próprio!

quarta-feira, maio 18, 2005

A Vantagem da Abstracção

As palavras abstractas são óptimas, porque:
- permitem-nos dizer tudo o que queremos sem que os outros percebam exactamente, isto é, permite-nos extravasar o que sentimos e o que pensamos, de modo a que só alguns entendam, quando os há;
- existem realidades eminentes em nós, que muitas vezes passam ao lado, surgem despercebidas e em que não existe nada melhor do que a abstracção para as retratar;
- permitem simplesmente criar a ilusão de que se quer dizer alguma coisa;
- servem ainda, para te levarem a reflectir sobre a forma como se encaixam na tua vida e no momento particular que vives;
- … porque não para simples divagação.


Agora fica a história:
- Era uma vez uma tartaruga e uma lebre, já agora um gato maltês que toca piano e fala francês, que um dia decidiram fazer uma corrida. Eram assim 3 os candidatos à vitória.
Ao contrário das histórias tradicionais aqui a tartaruga andava mesmo devagar sem esperança e hipóteses reais ou virtuais de ganhar a corrida, mas no entanto decidiu que já que estava lá iria passear a bela da sua carapaça, embora houvesse coisas mais interessantes para fazer.

O gato por sua vez, corria com fôlego ofegante sinal do desgaste da sua vida diária entre matos e estradas e caixotes do lixo, no entanto esforçava-se dentro do possível para tentar concorrer com a lebre. A lebre que nos últimos tempos não fazia exercício corria a um ritmo que apesar de tudo (aparentemente) lhe permitia ganhar a corrida e convencida de si que era a melhor. O que não sabiam, e com o qual não contavam, era que no trajecto se deparariam com vários obstáculos (pedras, troncos, armadilhas), que obrigava a que o seu desleixo ou condições pouco ideais para a corrida os obrigasse aos 3 a unirem esforços e a ultrapassarem as dificuldades para terminarem a corrida.

A lebre que ia à frente foi a primeira a deparar-se com o problema, e decidiu esperar um pouco pelo gato… mas já perdia a paciência com a tartaruga que considerava uma atrasada e inútil (apesar da sua idade). Bom mas outro remédio não houve do que esperar e então removerem a pedra. Rapidamente a tartaruga ficou para trás, mas desta vez quem ia à frente era o gato, no entanto quando se apercebeu que a tartaruga estava a ficar demasiado para trás, recuou e tentou puxar pelo ânimo dela. Novo obstáculo… a lebre pensava em desistir porque a sua vida não era ficar parada sem andar para trás nem para a frente… a tartaruga acumulava cansaço mas lá chegou… os sinais eram evidentes… o gato maltês sentia-se por vezes um pouco perdido entre uma tartaruga amorfa, a qual precisavam de manter na corrida (ele e a lebre) e a distância que separava a tartaruga e a lebre. Todos juntos lá avançaram no percurso.

A corrida continuou e os obstáculos sucederam-se… mal ou pior lá os foram ultrapassando… mas não bastava acabar a corrida, havia pontuações pelos tempos feitos pelos 3 e pela forma como tinham superado (ou não) as provas de teste colocadas pelo leão, o indomável rei da selva… a nota negativa chocou francamente a lebre, criou algum impacto que se tornou perceptível (de certa forma intrinsecamente esperado) para o gato, e não revelou qualquer surpresa para a tartaruga…




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