Estava escuro... tinha medo... mas fez-se luz, iluminava-me e a tudo o que me rodeava. Era eu, foi o que aconteceu quando me descobri a mim próprio!

sexta-feira, dezembro 31, 2010

Sentado na escuridão mórbida da luz do dia, desespero num sossego devastador.
Olho os carros, mas não os vejo. As pessoas passam mas é como se não existissem.
Estou sozinho, perdido, angustiado e desiludido... com a vida, com os outros, mas sobretudo comigo.

Não fui capaz de ser fiel a mim próprio (também é difícil ser-se fiel a quem não se conhece...)

Queria desaparecer, mas não gosto de desistir. Sinto-me sem forças.

As luzes não existem, os túneis são impenetráveis.
Perdido no meio do oceano, clamo por ajuda, mas não há barco nem vivalma que me acuda.

Acho que começo a perceber o que um dia ouvi de alguém... é preciso morrer para renascer... embora custe horrores matar-me para poder viver livre.

terça-feira, dezembro 07, 2010

O Mistério do Amor


O Amor é maioritariamente mal-entendido. O Amor não necessita de razões ou explicações.
O Amor é para sentir e viver.
O Amor nunca traz nada de negativo à vida das pessoas.
O Amor é mágico e único, ter medo de Amar, é um dos maiores contra-sensos da nossa sociedade. Ninguém deveria ter medo da experiência mais bela e completa que se conhece. Todos deveriam Amar e entregarem-se por completo.
O medo é a força oposta do Amor.

“Porque é que me amas?” é quase uma pergunta sem sentido.
O Amor tem que ver com uma ligação emocional ou espiritual entre 2 seres, pai e filho, namorado e namorada, 2 amigos, avó e neta.

Ora essas relações são estabelecidas num 1º plano que não é físico/mental, embora muitas vezes sejam manifestadas a esse nível.

O grande mistério do Amor é porque é que o escondemos a 7 chaves dentro do nosso coração impedindo-o de se manifestar e também porque é que o receamos.

Alguém acha que um pai ou mãe não deve manifestar o seu Amor pelos filhos?
O mesmo se aplica numa relação entre 2 pessoas, não há nenhuma, absolutamente nenhuma razão para ele não ser manifestado.

O Amor nunca traz dor, mágoa ou sofrimento.
A ideia que se vende do Amor é que muitas vezes é incorrecta e adulterada.

AMA, AMA e sobretudo AMA SEM LIMITES! (passe o pleonasmo)

domingo, dezembro 05, 2010

Natal… uma verdadeira incógnita

Apetecia-me escrever um texto sobre o Natal e tudo o que o rodeia e não menosprezando a capacidade de escrever coisas novas, adoro este texto que escrevi o ano passado, por isso este ano decidi republicá-lo.


Lê e deixa os teus comentários :-)

O que seria do Natal sem os quilos de presentes, os mil e um doces, o bacalhau e o peru, as tradições religiosas e as ondas de solidariedade?

Para esclarecer algumas destas questões, perguntei a alguns ilustres convidados:

Uma Luz – Como vê actualmente os actos de generosidade associados à época natalícia, nomeadamente, a oferta de presentes (tal como os oferecidos a Jesus) e o espírito solidário de cristãos, ateus, …?

Belchior – Vocês são muito criativos sem dúvida… espírito solidário?! Muito bem! Transformação ou descargo de consciência? 15 dias de solidariedade no ano, que grande convicção! É isso ser solidário?

Uma Luz – Hum… mas não é positivo ser-se solidário? É um gesto de Amor com aqueles que mais necessitam…

Belchior - Amar quando se tem tempo, ser solidário no Natal? São conceitos de Amor e Solidariedade que não conheço…

Uma Luz – Muita gente, critica um excessivo consumismo, mas em boa verdade, os reis magos também levaram presentes ao menino Jesus. O que pensa sobre isto?

Belchior - Presentes. Ah! Ah! Ah! Ouro é a realeza e divindade de Jesus, a sua perfeição, incenso o aroma de uma vida de doação, mirra o óleo da eternidade. Tal e qual os vossos presentes! Tal e qual…


Uma Luz – As iguarias desta época são deliciosas, dos tradicionais pratos, aos doces encantadores, o que seria do Natal sem a comida?

Ratatui – Eu adoro cozinhar e sou muito guloso, um Natal sem comida não é assim tão difícil de imaginar porque é uma realidade para muitos milhões de pessoas. E sinceramente isso dá-me uma grande azia, tanta fartura e tanta miséria em simultâneo faz-me suspeitar que ainda ninguém percebeu o que é o Natal. Mas é apenas uma suspeita…

Uma Luz – Então e o que é que é o Natal para o chef dos chefs?

Ratatui – Para mim é algo simples, alegria e partilha. Mas não consigo sentir alegria e ver partilha quando as pessoas o dizem sentir nos seus círculos fechados de uma ou duas dúzias de pessoas e ignoram o resto do mundo. Tanto dinheiro em comida, tanta comida que se estraga e tanta gente a passar fome. Isto não é o meu Natal, pois não consigo alegrar-me com esta insensibilidade. Nós ratos não vivemos o Natal assim!


Uma Luz – É um prazer estar na presença de alguém tão especial… O que pensa de haver um dia todos os anos em que o mundo inteiro se junta para celebrar o seu nascimento?

Jesus – O Natal não é a celebração do nascimento da minha pessoa.

Uma Luz – Hum, como não?? Há mais de 2000 anos que celebramos este dia como o nascimento do Salvador. É tudo mentira?

Jesus – Bom, em 1º lugar não é há 2000 anos, pois só no séc. IV é que surgiu o Natal. O Natal não é a celebração do nascimento de uma pessoa em específico, neste caso a minha, é muito mais do que isso, o meu nascimento é meramente simbólico.

Uma Luz – Simbólico? Mas você nasceu mesmo! Afinal o que é o Natal?

Jesus – O verdadeiro significado do Natal, é o Amor. Toda a minha história de vida, todas as partilhas que fiz quando encarnei num corpo humano, foi de facto que a verdadeira essência da vida é o Amor. O Natal até seria uma boa ocasião, para que de uma forma universal se fizesse a celebração da Vida, do Amor, pois a energia do Amor é fantástica e se todos por um dia vivessem nessa intenção e harmonia, isso seria maravilhoso para a vossa evolução. Agora o Natal como o têm vivido é quase tudo menos uma expressão de Amor, o problema não está nos presentes, nos doces ou nas cerimónias religiosas, está no que vos move e nas vossas intenções mais profundas.

Uma Luz – Está a dizer que no Natal não deveriam existir cerimónias religiosas, em sua homenagem? Nesta época as igrejas enchem-se de pessoas. Isso é bom, ou não?

Jesus – Bom em primeiro lugar, enquanto me idolatrarem é porque não perceberam a minha mensagem. Em segundo as cerimónias religiosas podem fazer todo o sentido, desde que sejam vividas em espírito de comunhão e de coração aberto e não por obrigação ou mera tradição. As igrejas enchem-se no dia de Natal e estão vazias o resto do ano, isso significa que não há uma verdadeira identificação e sentido de pertença. Se tu gostares de beber água e souberes que isso te faz bem, não vais beber apenas uma vez por ano, pois não?