Estava escuro... tinha medo... mas fez-se luz, iluminava-me e a tudo o que me rodeava. Era eu, foi o que aconteceu quando me descobri a mim próprio!

domingo, agosto 29, 2010

Dançar sem Rede



Na dança as pessoas prendem-se às coreografias, aos passos ensaiados, às combinações habituais, 2 passos para a direita, 1 para a esquerda, roda. Quem dance de forma diferente, não siga um determinado ritmo ou esquema acordado ou pré-definido, ou dança mal ou é um inadaptado.

Eu sou provavelmente um caso desses, gosto de dançar a sentir a música. O meu sentido rítmico nem sempre é o mais certo, os meus passos nem sempre encaixam nos esquemas pré-existentes, mas danço com paixão, entrego-me aos sons, ao sentir, sou como o trapezista sem rede, quer na dança, quer na vida sei viajar sem linhas marcadas no chão, mas quer na dança quer na vida isso assusta as pessoas e tendem a rejeitar os “inadaptados” quando na verdade elas é que não são capazes de se adaptar ao trapézio sem rede, têm medo de cair e mais do que cair de não serem capazes de se levantar.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Protecção

Ao escrever esta palavra, ocorrem-me mil e uma ideias, mas não sei qual delas escolher. Possivelmente porque isto é o que fazemos constantemente a todos os níveis. Protegemo-nos a nós, aos nossos ideais, às nossas crenças, aqueles de que tanto gostamos, protegemos aquilo que sentimos, o que pensamos, o que somos... porque temos medo de perder as coisas tal e qual elas são neste momento.

Sim, é isso, só se protege aquilo que temos medo que desapareça. Se temos medo que o dinheiro desapareça, temos de poupá-lo, se temos medo que alguém se vá embora, temos de cativar ou agradar, se temos medo que amanhã não esteja um dia de praia tão bom como hoje, ficamos até ao fim da noite, se temos medo de ser roubados não saímos à noite, se temos medo que alguém faça mal aos nossos filhos escondemo-los do mundo (debaixo da nossa asa protectora) ...

A questão principal parece ser então, porque temos necessidade de perservar as coisas tal e qual como são neste momento ou de descobrir outras novas? O que nos assusta na mudança? A incapacidade de adaptação? Serem piores do que são hoje? Ser difícil mudar hábitos? Ser rejeitados?

A principal razão porque tememos tantas coisas, desde das mais simples até às mais complexas, é apenas uma... Ainda não sabemos quem somos. Somos vulneráveis perante a nossa grandeza, escondemo-nos atrás dos nossos receios com medo de que algo de maravilhoso aconteça e percamos os medos.

Um dos maiores medos, é deixar de ter medos e habituarmo-nos a ser radiantes e felizes.

Resumindo, preocupamo-nos, porque não controlamos e temos receio que as coisas mudem, estejamos errados ou descubramos novas perspectivas. Preocupamo-nos porque temos medo e por isso protegemo-nos com escudos, no entanto os escudos são pesados e em vez de nos protegerem, enterram-nos.

Temos medo porque não sabemos quem somos, desconhecemos a nossa luz e glória, o nosso esplendor. Ainda usamos (e aceitamos) o nosso fato de mediocridade, insegurança e (permitam-me) tolice.

Assim até compreenderes que és muito mais do que o teu corpo e mente, vais continuar a proteger-te e aceitar isso como normal e natural. Hoje em dia é normal, mas não é de todo natural.

Mas o mais giro de tudo, é que se por acaso até concordares com o que acabaste de ler, não vais fazer nada para mudar, porque te vais proteger atrás do não tenho tempo, não sei como, depois penso nisso, tenho de vir cá depois ler novamente, tenho de reflectir sobre isso, ou simplesmente porque tens medo de tentar...

quarta-feira, agosto 04, 2010

Porque os homens também choram


A sociedade está cheia de convenções, regras e preconceitos que não levam as pessoas a lado algum, a conquistarem ou alcançarem algo importante nas suas vidas. Ainda assim batem-se por elas, empenham o seu tempo, a sua energia e até o seu dinheiro na defesa de tais atitudes ou comportamentos.

Chorar tem um efeito terapêutico, qualquer mulher (ou médico) o sustentará fortemente, mas um raciocínio astuto e superior diz que isso está vedado aos homens, pois é sinal de fraqueza. Fraco é aquele que não sabe assumir as suas fragilidades, aquele que não reconhece as suas imperfeições e teme descer do seu pedestal da perfeição fictícia.

Hoje sou forte e por isso choro!