Estava escuro... tinha medo... mas fez-se luz, iluminava-me e a tudo o que me rodeava. Era eu, foi o que aconteceu quando me descobri a mim próprio!

terça-feira, janeiro 30, 2007

Sofismas da realidade

Há quem olhe, leia e pense é filosofia ou demagogia. Sofismas deleitosos, ou reflexões bonitas, ou simplesmente textos medianos.

É bom viver na ilusão, contar histórias e conjecturar teorias, mas o que interessa é a realidade, o dia-a-dia e esse não se faz com filosofia ou utopia.

Bom, têm toda a razão, se é assim que entendem e interpretam o que lêem, ouvem ou vêem, e respeito profundamente isso. Porém posso dizer que para mim é VIDA concreta e real, apenas lamento nem sempre conseguir partilhar isso de forma mais útil e transformadora como gostaria.

quarta-feira, janeiro 24, 2007

A Verdade da Vida

A Verdade da Vida não está em nenhum livro, mas há muitos que te podem ajudar a encontrá-la.

A Verdade da Vida não é uma constante, é dinâmica e mutável, pelo que uma vez encontrada não podemos pensar que a possuímos para sempre.

A Verdade da Vida não é igual para todos, tal como não é o sabor do chocolate.

A Verdade da Vida é infinita e alcançável.

A Verdade da Vida é uma descoberta pessoal e intransmissível. Por mais que a partilhes ela tem de ser descoberta!

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Um Dia Tramado!


O Levantar

Hoje acordas e está tudo escuro, abres os estores e vês o sol a brilhar, no entanto tudo está escuro. Vais tomar banho para despertar, mas já chegaste à conclusão que o dia para ti não vai clarear. O que se há-de fazer há dias assim.


O Pequeno-almoço

Vais tomar o pequeno-almoço, entretanto toca o telemóvel, começa-te a cheirar a queimado, as torradas queimaram-se. Já não tens tempo para preparar mais nada, pegas numas bolachas e pões-te a caminho. O dia não começou nada bem e com aquele chefe certamente só vai piorar.


Chegar ao emprego

Dás conta que te esqueceste do telemóvel, deixaste-o em cima da bancada, voltas atrás, mas perdes o autocarro para ir buscá-lo. Quando chegas (15 minutos atrasada) o teu chefe já tinha perguntado por ti 2 vezes (tinha logo que ser hoje! Grrrr) e tens recado para ir ao gabinete dele. Tem um trabalho urgente para tu fazeres e claro que não te poupa por causa do atraso.

Já há meses que andas saturada daquele trabalho da chacha.


Mais um projecto no trabalho, menos um na vida pessoal

O trabalho é realmente complicado, depois de matares alguns neurónios (dos que estão no trabalho) lá chegas a uma forma de resolver a questão essencial, com perfeita consciência que podes esquecer os planos para a noite com a Rita e a Teresa, pois é trabalho que te vai ocupar muitas horas, e vocês que já tinham programado este serão há tanto tempo.


Longe de tudo, até da ajuda

Ao início da tarde vem um colega teu para te perguntar algo mas despacha-lo a sete pés e dizes que não podes porque tens um trabalho hiper, super, mega importante para o chefe. Ele ainda insiste, mas corres com ele sem que tenha tempo de perguntar se precisas de ajuda.

Chegas estafada a casa, o dia foi do piorio, comes qualquer coisa e vais dormir.


Já estava destinado a ser assim?


Condicionaste o teu próprio dia com as atitudes negativas?


Será que podia ter sido diferente?

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Aos olhos de uma criança...

Nascemos cobertos de uma roupa muito especial, quente e resistente, assim é a nossa pele.

Todos nos vêem, pegam ou tocam. A nossa mãe amamenta-nos e muda-nos a fralda em qualquer lugar sem que nos incomodemos. Vamos para a praia, com a nossa roupa especial a correr alegremente e a salpicar quem está à nossa volta. Ninguém se incomoda e muito menos nós, só achamos estranho os crescidos estarem vestidos, coisas deles certamente.


Em casa gosto de andar assim sem pesos e sem me sentir preso naquelas roupas feias, mas estou a crescer e a minha mãe já não deve gostar tanto de mim, pois sempre que temos visitas obriga-me a vestir, quer-me tirar a minha liberdade. Não percebo, agora que já tenho 8 anos, os meus pais querem-me separar da minha irmã, dizem que já não temos idade para dormir no mesmo quarto. Já nem nos dão banho aos 2 ao mesmo tempo, e tanto que nos divertíamos os dois.


Dizem-me para não mostrar a minha pilinha a ninguém, nem à minha mana. Dizem que é feio e que se o fizer sou um menino mau. Não percebo porque é que todos podiam ver e agora só os meus pais. Porque é feio? Estes adultos complicam tudo.

No outro dia, tínhamos visitas em casa e perguntei à minha mãe se podia tirar a minha t-shirt porque estava com calor. Ela disse que sim, mas que não percebia o porquê da minha pergunta. Eu respondi-lhe que como ela tinha proibido de tirar os calções, não sabia se podia tirar a t-shirt. Ela explicou então que o meu peito e barriga não tinham nada de mal, só a parte de baixo. Confesso que não percebi, mas deve ter razão, pelo menos ela diz muitas vezes que há coisas que eu só vou perceber quando for crescido.


Oxalá não crescesse e pudesse andar sempre livre, como vim ao mundo, sem o incómodo da roupa e o fato de banho ensopado e cheio de areia na praia.


terça-feira, janeiro 02, 2007

Uma Lua na Escuridão



Este é um comentário que descobri recentemente, e foi realizado por mim num teste a um excerto de um conto de Maria Ondina Braga, A Rosa de Jericó. Trago-o até aqui pelas inúmeras similaridades e conotações que tem com este blog, basta atentar na mensagem, na simbologia,... Sem mais delongas:


“A mensagem que este texto pretende transmitir é que, independentemente da religião de cada um, da vida que cada um leva, das acções que realiza, existe só um Deus. E eu estou de acordo, pois pode-se ter várias interpretações e várias maneiras de compreender e realizar a existência de uma divindade, mas Deus é só um que existe.

Esta mensagem é fundamentada na existência de duas vidas religiosas diferentes: a de Francisco (católico) e a do seu pai adoptivo (budista), mas ambas convergem num só Deus, isto é perceptível no texto através da simbologia de vários elementos que irei explicar de seguida.

A Lua foi desde sempre associada a um saber oculto para além do humano. A noite e a escuridão têm a ver com o desconhecido e a Lua quebra esse desconhecimento pois constitui a luz no meio da escuridão, luz essa que é branca e simboliza a pureza e a revelação.

O facto de a Lua ter a forma circular aponta para ausência de distinção ou de divisão.

Aqui o menino observa a Lua cheia que ilumina com a sua cor branca a plena escuridão da noite. A Lua revela-lhe, um conhecimento que estava para além dos professores e catequistas. Francisco pensava que existiam muitas divergências e distinções entre a sua religião e a do pai quando na realidade ambas se dedicam a um único Deus indivisível tal como o círculo da Lua. A Lua revelou-lhe ainda que o velho tinha uma alma branca e pura tal como o rosto da própria Lua.”

07/12/1998