Apetecia-me escrever um texto sobre o Natal e tudo o que o rodeia e não menosprezando a capacidade de escrever coisas novas, adoro este texto que escrevi o ano passado, por isso este ano decidi republicá-lo.
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O que seria do Natal sem os quilos de presentes, os mil e um doces, o bacalhau e o peru, as tradições religiosas e as ondas de solidariedade?
Para esclarecer algumas destas questões, perguntei a alguns ilustres convidados:
Uma Luz – Como vê actualmente os actos de generosidade associados à época natalícia, nomeadamente, a oferta de presentes (tal como os oferecidos a Jesus) e o espírito solidário de cristãos, ateus, …?
Belchior – Vocês são muito criativos sem dúvida… espírito solidário?! Muito bem! Transformação ou descargo de consciência? 15 dias de solidariedade no ano, que grande convicção! É isso ser solidário?
Uma Luz – Hum… mas não é positivo ser-se solidário? É um gesto de Amor com aqueles que mais necessitam…
Belchior - Amar quando se tem tempo, ser solidário no Natal? São conceitos de Amor e Solidariedade que não conheço…
Uma Luz – Muita gente, critica um excessivo consumismo, mas em boa verdade, os reis magos também levaram presentes ao menino Jesus. O que pensa sobre isto?
Belchior - Presentes. Ah! Ah! Ah! Ouro é a realeza e divindade de Jesus, a sua perfeição, incenso o aroma de uma vida de doação, mirra o óleo da eternidade. Tal e qual os vossos presentes! Tal e qual…
Uma Luz – As iguarias desta época são deliciosas, dos tradicionais pratos, aos doces encantadores, o que seria do Natal sem a comida?
Ratatui – Eu adoro cozinhar e sou muito guloso, um Natal sem comida não é assim tão difícil de imaginar porque é uma realidade para muitos milhões de pessoas. E sinceramente isso dá-me uma grande azia, tanta fartura e tanta miséria em simultâneo faz-me suspeitar que ainda ninguém percebeu o que é o Natal. Mas é apenas uma suspeita…
Uma Luz – Então e o que é que é o Natal para o chef dos chefs?
Ratatui – Para mim é algo simples, alegria e partilha. Mas não consigo sentir alegria e ver partilha quando as pessoas o dizem sentir nos seus círculos fechados de uma ou duas dúzias de pessoas e ignoram o resto do mundo. Tanto dinheiro em comida, tanta comida que se estraga e tanta gente a passar fome. Isto não é o meu Natal, pois não consigo alegrar-me com esta insensibilidade. Nós ratos não vivemos o Natal assim!
Uma Luz – É um prazer estar na presença de alguém tão especial… O que pensa de haver um dia todos os anos em que o mundo inteiro se junta para celebrar o seu nascimento?
Jesus – O Natal não é a celebração do nascimento da minha pessoa.
Uma Luz – Hum, como não?? Há mais de 2000 anos que celebramos este dia como o nascimento do Salvador. É tudo mentira?
Jesus – Bom, em 1º lugar não é há 2000 anos, pois só no séc. IV é que surgiu o Natal. O Natal não é a celebração do nascimento de uma pessoa em específico, neste caso a minha, é muito mais do que isso, o meu nascimento é meramente simbólico.
Uma Luz – Simbólico? Mas você nasceu mesmo! Afinal o que é o Natal?
Jesus – O verdadeiro significado do Natal, é o Amor. Toda a minha história de vida, todas as partilhas que fiz quando encarnei num corpo humano, foi de facto que a verdadeira essência da vida é o Amor. O Natal até seria uma boa ocasião, para que de uma forma universal se fizesse a celebração da Vida, do Amor, pois a energia do Amor é fantástica e se todos por um dia vivessem nessa intenção e harmonia, isso seria maravilhoso para a vossa evolução. Agora o Natal como o têm vivido é quase tudo menos uma expressão de Amor, o problema não está nos presentes, nos doces ou nas cerimónias religiosas, está no que vos move e nas vossas intenções mais profundas.
Uma Luz – Está a dizer que no Natal não deveriam existir cerimónias religiosas, em sua homenagem? Nesta época as igrejas enchem-se de pessoas. Isso é bom, ou não?
Jesus – Bom em primeiro lugar, enquanto me idolatrarem é porque não perceberam a minha mensagem. Em segundo as cerimónias religiosas podem fazer todo o sentido, desde que sejam vividas em espírito de comunhão e de coração aberto e não por obrigação ou mera tradição. As igrejas enchem-se no dia de Natal e estão vazias o resto do ano, isso significa que não há uma verdadeira identificação e sentido de pertença. Se tu gostares de beber água e souberes que isso te faz bem, não vais beber apenas uma vez por ano, pois não?